sábado, 28 de junho de 2014

O inesperado com uma pitada de amor

"O esperado nos mantém fortes, firmes e em pé. O inesperado nos torna frágeis e propõe recomeços."
Um dia houve um grande alguém que citou isso mesmo. E fê-lo com razão.
No entanto também não é de admirar, nós, seres humanos, gostamos de ter sempre o máximo controlo sobre tudo o que nos rodeia e, depois, quando isso não acontece vê-mo-nos, obviamente, desamparados. O que, claro, faz de nós seres absolutamente estúpidos, visto que é impossível ter controlo, muito menos máximo, sobre seja o que for. A não ser que falemos de atitudes nossas, palavras que saiam da nossa boca, isso claro, já é outro tema, tem a ver com o eu de cada um. 
Mas a verdade é que mesmo ao controlarmos esse nosso eu, nunca conseguimos controlar o de todos os outros. É impossível adivinhar e controlar as atitudes das que nos rodeiam. E é assim, que por mais que não queiramos, o inesperado acontece. Não calculando o que o outro poderá fazer e/ou dizer. Depois? Depois vem a fragilidade já anteriormente referida na citação.
Como não esperamos que o inesperado seja possível de acontecer, ficamos frágeis, sem saber ao certo como agir perante a situação, sobre o problema. Deparamo-nos, então, com o desconhecido que não antes conhecemos. E porquê? Possivelmente porque nunca o quisemos conhecer. Mas o sacana do outro, obrigou-nos a conhecê-lo, ao desconhecido. Então e agora, pergunto-me eu que estou no desconhecido, que farei a seguir? A resposta é simples, estava ali em cima, terei que recomeçar. Mas como? Será que vou conseguir? Pois... Essas respostas já não as tenho e a verdade é que também ninguém as tem para mas dar.
No entanto, apesar de não ter essas tais respostas, eu conheço-me e sei como lido com isto do inesperado, da mudança... E lido muito mal. É difícil quando nos habituamos a algo ou alguém e depois quando olhamos à nossa volta tudo mudou. Os sítios, esses até podem ser os mesmos, mas quando esse alguém não lá está connosco...basta a companhia não ser de excelência, para o lugar não valer nada.
É incrível o quão verdade é o facto de vivermos em sociedade, de dependermos todos uns dos outros, pois mesmo que não queiramos depender acabamos sempre por cair em nós e perceber que sem o outro é-nos impossível sobreviver. Ainda para mais quando o outro implica aqui sentimentos como o tão conhecido amor. Esse que nos controla de uma forma brutal, completamente inato, sem porquê de acontecer, sem explicação possível de como nos faz sentir. O amor tanto pode ser a melhor coisa do mundo, como também consegue ser a pior... Mas todo esse 8 ou 80 depende não só da pessoa em questão, por quem nos apaixonamos, como das situações pelas quais, junta da mesma, vivemos.
Eu, por exemplo, apaixonei-me à cerca de 2 anos atrás d'uma forma completamente inexplicável. Ao inicio nem sabia o que estava a sentir, era uma mistura de sentimentos enorme, muitos deles na minha cabeça não encaixavam sequer, o facto de sentir tudo e mais alguma coisa por uma amiga, por uma mulher, ainda menos na minha cabeça encaixava. Tinha medo, muito medo de não ser correspondida, de acabar com a nossa amizade, que me era essencial. Tinha também medo de me entregar, apaixonar verdadeiramente e depois acabar por me magoar... No entanto, felizmente, nada disso aconteceu. Nós estávamos mutuamente apaixonadas. Começámos a namorar. Apesar da distância que nos separava dia após dia, tínhamos o nosso amor que era mais forte que tudo, que ultrapassava qualquer divergência, qualquer obstáculo. Lá estávamos nós, juntas, para lutar até ao fim, sem sim, mas com futuro. Ela foi/é, sem dúvida alguma, o amor da minha vida.
Mas a verdade é que, infelizmente, o inesperado também aqui aconteceu. Fiquei sem o amor da minha vida. A razão que me fazia levantar todos os dias para ir trabalhar, para alcançar objectivos...a minha verdadeira razão de viver, foi-se. É horrível esta sensação, sinto-me vazia, sem sentido, sem companheira. Fiquei sem a esperança d'um futuro, do sonho, do meu/nosso esperado.
É frustrante sentir que por um pequeno erro, tudo pode mudar, até a pessoa que pensávamos tão bem conhecer. Afinal as pessoas nunca mostram tudo delas, passe o tempo que passar, nunca se conhece ninguém a 100%. As pessoas mostram só o que querem e quando querem, não só tu ou eu, somos todos assim. É uma das muitas coisas inatas em nós. Não há como controlar, é assim por natureza já. É o inesperado de que falo e que tanto nos trama, não só uma nem duas vezes, por não o esperarmos, ele trama-nos muitas vezes mais. Por isso muitas vezes mais irei eu e todos nós cair, ele aparece sempre. Quer queiramos quer não, teremos sempre que reformular todos os nossos mais belos planos e recomeçar, de forma, claro, a tentar arranjar a forma mais provável de sermos felizes. Afinal de contas é por isso mesmo que respiramos, à procura da felicidade, do amor, da amizade, da realização pessoal. Eu, por exemplo, já pensava ter encontrado tudo isso, mas agora terei que reformular tudo, recomeçar e tentar ser feliz. E é claro que irá ser muito difícil, pois eu sei que a minha felicidade tem ela, a chave do meu coração é também ela que a tem e sinceramente quero continue a ser ela a tê-la...para sempre.